ponto de partida
pelo curador lucas velloso
o ponto de partida da primeira individual da artista gaúcha grazi fonseca é uma história em quadrinhos. quadros com uma história em quadrinhos.
uma publicação impressa, uma zine, compilando breves narrativas visuais originalmente lançadas separadamente em uma revista digital que, reunidas, contam uma história maior. uma sequência de imagens que agora volta a se expandir (pra dentro) e a se transformar, ocupando o espaço expositivo da asa basa.
pelo curador lucas velloso
o ponto de partida da primeira individual da artista gaúcha grazi fonseca é uma história em quadrinhos. quadros com uma história em quadrinhos.
uma publicação impressa, uma zine, compilando breves narrativas visuais originalmente lançadas separadamente em uma revista digital que, reunidas, contam uma história maior. uma sequência de imagens que agora volta a se expandir (pra dentro) e a se transformar, ocupando o espaço expositivo da asa basa.
no ponto de partida da artista o "ponto", além de princípio, pode ser final, pode ser pontuação. um gráfico círculo vermelho. e a "partida", uma despedida, uma perda capaz de dividir a narrativa de uma vida em antes e depois. nos quadros, grazi utiliza a forma geométrica em questão para tentar traduzir um emaranhado de sentimentos antagônicos. uma forma sintética, possível de mover pra lá e pra cá, de organizar e de ressignificar. o que não impede o círculo de, transposto do papel para a tela, se transformar em um quadrado. uma geometria emotiva que se destaca em meio a iconografia cotidiana da artista.
um ponto de partida possível para a mostra é a obra mais à esquerda, na parede à esquerda de quem adentra a sala, com uma leitura que segue para a direita em tira, contornando o espaço expositivo. sobre o banco (como em uma das obras), no centro da sala de exposições, está a publicação que pode ser lida no mesmo sentido, em um vórtex de sequências capaz de embaralhar escalas, temporalidades, memórias e desejos. uma exposição/publicação como uma elegante máquina de arte espaço-temporal que, em seus componentes individuais, os quadros, ainda contém suas próprias lógicas internas e subsequências.
outros pontos de partida e de chegada, imprevisíveis, surgem com o envolvimento do público, pois todo o movimento imaginado, entre um quadro e outro, é uma ação mental engajada de quem observa e tenta criar sentido. movimentos internos em diálogo, entre obras sustentadas por páginas e paredes para folhear. uma outra estética relacional, surpreendente, está em jogo nessa partida.